FACE A FACE COM SUELI COSTA
(...) Esse lugar de que eu estava a falar, lugar onde a Sueli me levou, é o lugar de toda a timidez e de todo o pudor. É o momento em que uma canção fica pronta e temos de a mostrar a um cantor ou a um parceiro. Quantas canções andaram no meu bolso durante dias até eu ganhar coragem de as mostrar?..., quantas ainda não mostrei?..., quantas nunca chegarei a mostrar?...(...)
O espectáculo que Sueli apresentou trata disso mesmo. Do momento em que pela primeira vez uma cançao ganha forma. Por isso, as desafinações da intérprete não têm importância nenhuma, nem o facto de não suster as notas agudas o tempo que elas necesitam. Todos nós, e ela também, estamos a viver o espanto da criação, o instante da revelação e isso é muito maior do que todos os rigores técnicos. (...)